A formação de professores é um dos alicerces mais importantes dentro de uma unidade escolar, e deve ser uma inquietação do trabalho da coordenação pedagógica. Oferecer meios e oportunidades que fomente a formação continuada dos professores, ajudará estes em sua prática educativa, minimizando problemas e dificuldades vividos em sala de aula.
Por mais que a ideia que muitos tem do coordenador pedagógico como aquele profissional que existe na escola para solucionar pequenos, médios e grandes problemas, e que muitas vezes não está com tempo suficiente para atender todas as demandas e necessidades da comunidade escolar, sua função precisa ser vista de outras formas e ângulos.
O coordenador pedagógico precisa articular com sua equipe de coordenadores de cursos e professores, possíveis alternativas para suprir as deficiências levando em consideração a experiência pessoal e pedagógica de cada um. Através do exercício da escuta e da reflexão, e em consonância com o Projeto Político Pedagógico, todo conhecimento deve ser integrado, respeitando sua diversidade e caminhando para que aconteça uma evolução ao longo do tempo no contexto formativo.
Para Tardif(2002, p.11) “o saber é sempre o saber de alguém que trabalha alguma coisa no intuito de realizar um objetivo qualquer”, e a partilha desses saberes dentro da escola precisa ter um espaço em que o coordenador pedagógico poderá atuar em sua totalidade, que chama-se Reunião Pedagógica.
A reunião pedagógica abre um leque para que aconteça o fortalecimento do diálogo, do desenvolvimento das relações interpessoais, da formação continuada e dos momentos de lazer e descontração.
Além do que, a formação docente ganha um novo aliado, quando nas reuniões pedagógicas apresentamos novas metodologias ativas de ensino, formação para utilização das TIC´s, mapeamento das dificuldades dos docentes com o uso de tecnologias emergentes e outros assuntos afins.
Segundo Gómez(2015), “uma nova cultura pedagógica precisa apostar definitivamente no ensino ativo, reflexivo, cooperativo e personalizado”, e nada melhor que as reuniões pedagógicas para mudar a realidade do papel do professor enquanto único detentor do conhecimento em sala de aula, mostrando que o coordenador pedagógico também na reunião pedagógica não é a única voz ativa. O papel de cada um ali presente é ser um coadjuvante, refletindo e propondo soluções dos problemas compartilhados.
Infelizmente sabemos que muitas reuniões não alcançam seus objetivos, a participação se torna “obrigação” e muitos não veem nela um espaço de crescimento formativo. Então o que fazer?
A aprendizagem além de estar baseada na cognição de um conteúdo, também deve estar baseada nas expectativas que cada um tem sobre o que aprender, a forma como será aprendido e o bem-estar que será promovido no individuo em formação. (Zabala et al, 2010)
A ressignificação da Reunião Pedagógica, deverá estar focada em uma metodologia específica e centrada no momento cronológico vivido. Pensar e agir para que esse espaço esteja aberto a reflexão, produção de saberes sobre práticas docentes e planos de ação em equipe, instigará no coordenador pedagógico uma liderança tal que este momento jamais deva ser perdido com falácias e desvios de conduta.
O planejamento será de tão essencialidade, que separar o desenvolvimento de habilidades pessoais e aprofundar um tema relevante fará que tudo tenha sentido evidente para a atuação do professor.
Conforme Veiga (2012) “a formação docente é uma ação contínua e progressiva, que envolve diversas instâncias e que atribui valorização significativa para a prática pedagógica e para a experiência, consideradas componentes constitutivos da formação” (p. 19-20). Portanto, aproveitar de todos os momentos, chamados por Vigotski (2003) como processos educativos trilateramente ativo, aonde professor, alunos e o meio social estão unidos e sendo direcionados pela figura importante do coordenador pedagógico.
No que é inerente a formação de professores, diálogo, saberes docentes e práticas pedagógicas são valores insubstituíveis no processo de organização do trabalho pedagógico. A escola é um espaço de vivência social e campo fértil das relações entre pares e a formação continuada de professores sempre será um desafio para o coordenador pedagógico.
PÉREZ GÓMEZ, A. I. Educação na era digital: a escola educativa. Porto Alegre: Penso, 2015.
TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. 17ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
VEIGA, Ilma Passos A. Docência como atividade profissional. In: VEIGA, Ilma Passos A.; D’AVILA, Cristina (org.). Profissão docente: novos sentidos, novas perspectivas. 2ª ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2012, pp. 13-21.
ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010.